08/03/2011

Cinco Passos para o Bem Estar




A nef (new economics foundation), organização independente no Reino Unido, voltada para a qualidade de vida da população, foi encarregada pelo governo britânico de examinar o trabalho de mais de 400 cientistas de todo o mundo, em 2008. O objetivo da iniciativa, batizada de Projeto Foresight sobre Capital Mental e Bem-Estar, foi identificar um conjunto de ações que pudessem melhorar o bem-estar da população e nortear políticas públicas.
Com base nos resultados dos trabalhos, reproduzimos aqui cinco passos propostos pela nef. São pequenos exemplos de como não só os indivíduos, mas os governantes podem direcionar esforços para melhorar o bem-estar futuro da população, a partir de intervenções políticas. Por seu foco abrangente, as ações, planejadas inicialmente para o Reino Unido, têm aplicação mundial.
1) Relacione-seAs relações sociais são fundamentais para o nosso bem-estar. Estudos constataram que o bem-estar das pessoas aumenta quando seus objetivos de vida estão vinculados a família, amigos, vida social e política. Por outro lado, diminui quando associado a sucesso na carreira e ganhos materiais. Governos podem pensar em formas de incentivar os cidadãos a passar mais tempo com a família e com os amigos do que no trabalho. Por exemplo, com uma política de emprego que promova o trabalho flexível e diminua os deslocamentos, paralelamente a ações destinadas a fortalecer o envolvimento na sociedade local. Isso permitiria que as pessoas passassem mais tempo em casa e em suas comunidades de forma a construir relacionamentos cooperativos e duradouros.
2) Exercite-sePesquisas sugerem que fazer exercício melhora o humor e afasta a depressão e a ansiedade. Ser ativo também desenvolve as habilidades motoras das crianças e protege contra o declínio da capacidade cognitiva nos idosos. No entanto, pela primeira vez na história, a maioria da população mundial vive em áreas urbanas. Pelo desenho das cidades e pela política de transportes, os governos influenciam a maneira como circulamos na vizinhança e nos bairros. Para melhorar o bem-estar da população, a abertura de parques e áreas verdes incentivaria o exercício e o lazer. Priorizar as caminhadas e o uso da bicicleta em detrimento do automóvel é outra boa prática.
3) Fique ligadoPesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que a consciência de sensações, pensamentos e sentimentos pode melhorar tanto o conhecimento que temos sobre nós mesmos como o nosso bem-estar durante vários anos. Entretanto, no século XXI, o fluxo incessante de mensagens publicitárias de produtos e serviços deixa pouca oportunidade para saborearmos e refletirmos sobre as nossas experiências. Uma política que contemple ações de sensibilização emocional e educação para lidar com a mídia pode capacitar os indivíduos para navegar à sua maneira pela estrada da informação, preservando o seu bem-estar. A regulamentação de espaços livres de publicidade poderiam melhorar os índices de bem-estar.
4) Continue aprendendoAprender estimula a interação social, aumenta a auto-estima e nossa percepção de valor. Pessoas com um comportamento dirigido por objetivos pessoais para alcançar algo novo são capazes de aumentar a satisfação com a vida. Embora muitas vezes as políticas de ensino priorizem os primeiros anos de vida da pessoa, pesquisas psicológicas sugerem que esse é um aspecto importante para todas as faixas etárias. Portanto, políticas que estimulem o aprendizado, mesmo nos idosos, permitem que as pessoas desenvolvam novas competências, fortaleçam as redes sociais e se sintam mais preparadas para enfrentar os desafios da vida.
5) Seja generoso
Estudos em neurociência têm demonstrado que um comportamento cooperativo ativa áreas de recompensa do cérebro. Ou seja, ajudar uns aos outros dá prazer. Indivíduos que participam ativamente da vida de suas comunidades relataram maior bem-estar. E mais: sua ajuda e seus gestos tiveram a capacidade de repercutir positivamente entre as pessoas, gerando um círculo virtuoso. Pesquisa feita pela nef mostra que a troca mútua – o dar e receber – é a maneira mais simples e determinante de construir uma relação de confiança entre as pessoas e criar relacionamentos saudáveis. Sendo assim, os governantes poderiam investir mais numa política econômica que privilegie a vida em família e em comunidade.
Fonte: nef, 11/06/2010.

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