26/02/2011

O Sol em 2011

Tempestade Solar

Se existe uma coisa que nunca vai falhar é a previsão de cataclismos. Isso porque a destruição faz parte da existência, é causa também de criação. Se não fosse o evento do asteróide que caiu na Terra e dizimou os dinossauros há 65 milhões de anos, nós não estaríamos aqui. Muitas ameaças à nossa existência já foram alvo de artigos anteriores, porém ainda não tratei de um: a supertempestade solar, um evento não tão raro.
As tempestades solares estão associadas às manchas solares e mostram ciclos de atividade que tem uma duração de onze anos. São conhecidas desde Galileu. Porém somente agora é que se conhece o seu poder destrutivo. Em julho de 2000, cientistas do Colorado detectaram uma grande emissão de raios X em uma região do Sol que teve atividade nos dias anteriores. A energia foi estimada em bilhões de megatoneladas de TNT. A Européia ESA e a NASA lançaram em 1.995 a nave SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) equipada com 12 instrumentos para estudar o Sol. A Soho está localizada em um dos pontos de Lagrange, o primeiro, chamado L1 (pesquisem, é iinteressante), localizado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, um décimo da distância até o Sol. e
foi essa espaçonave que detectou a explosão solar. Trinta minutos depois, a Soho detectou outro fenômeno, uma bolha de bilhões de toneladas de plasma, partículas eletricamente carregadas. A bolha viajava a 1.700 km/s e chegou na Terra 25 horas depois. Ao passar pelo Soho, a bolha desligou os instrumentos temporariamente. Na
órbita terrestre, a bolha destruiu um satélite japonês e danificou outros.
A próxima tempestade solar ocorrerá em 2011 e já causa preocupação. E com razão pois, em março de 1989, a cidade de Quebec, Canadá, teve um grande apagão por causa de uma forte tempestade solar. Esse apagão durou 90 segundos, mas Montreal, Canadá, ficou sem energia elétrica por mais de nove horas. Uma tempestade solar é capaz de paralisar a rede elétrica, causar interferências nos sinais de rádio, afetar os sistemas de navegação aéreos, as linhas telefônicas, etc. Em 1859, uma forte tempestade solar afetou as linhas telegráficas dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Argentina, e onde existissem, todas ficaram inutilizadas. O evento também foi causa de muitos incêndios. Além disso, a aurora boreal, fenômeno que só é visto nas regiões árticas, pôde ser visto em Roma, Havaí, etc. Esse fenômeno que ocorreru há 150 anos, afetou tudo que havia de elétrico, ou seja, os telégrafos. Hoje temos toda a sociedade baseada em satélites e comunicações por cabos. Um evento
desse nos levará à pré-história. A questão não é se, é quando.

Mario Eugenio Saturno de Bariloche - Argentina, é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano.

Cientistas voltam as atenções para a atividade solar em 2011

O próximo ano será marcante para o clima no espaço, pois o Sol despertará de uma fase de baixa atividade, dando início a um anunciado período de turbulência.

Muitas pessoas podem se surpreender ao saber que o Sol, ao invés de queimar com uma consistência ininterrupta, oscila em momentos de calmaria e agitação.

Mas após dois séculos de observação das manchas solares --marcas escuras, relativamente frias na superfície do sol, vinculadas com poderosas forças magnéticas-- revelaram que a nossa estrela obedece a ciclos de comportamento de cerca de 11 anos.

Nasa
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Ano de 2011 será marcante para o clima no espaço; o Sol passará de fase de baixa atividade para outra de turbulência




O último começou em 1996 e, por motivos que ainda permanecem obscuros, levou mais tempo que o previsto para terminar.


Agora, no entanto, há cada vez mais indícios de que o Sol está deixando o seu torpor e intensificando sua atividade enquanto avança para aquilo que os cientistas convencionaram chamar de "Solar Max" ou clímax cíclico, afirmam especialistas.


"A última previsão indica meados de 2013 como a fase pico do ciclo solar", antecipou Joe Kunches, do Centro de Previsões do Clima Espacial da Nasa. "[Mas há um período prolongado de alta atividade], mais como uma estação, com duração de cerca de dois anos e meio" para cada fase do pico, alertou.


Em seu período mais intenso, o Sol pode lançar ondas de radiação eletromagnética e matéria carregada conhecida como ejeções de massas coronais (CMEs).


Esta onda de choque pode levar alguns dias para alcançar a Terra. Quando chega ao nosso planeta, condensa seu campo protetor magnético, liberando energia visível em altas latitudes na forma de auroras boreal e austral --as famosas luzes do Norte e do Sul.


Mas as CMEs não são apenas belos eventos. Elas podem desencadear descargas estáticas e tempestades geomagnéticas capazes de romper ou até mesmo causar pane na infraestrutura eletrônica da qual depende nossa sociedade urbanizada e obsecada por se manter conectada.


Menos temidos, porém igualmente problemáticos, são as erupções de prótons supercarregados que alcançam a Terra em questão de minutos.


Na linha de frente estão os satélites de telecomunicações em órbita geoestacionária, a uma altitude de 36.000 km, e os satélites do Sistema de Posicionamento Global (GPS), dos quais dependem os aviões e os navios modernos para navegação e que orbitam a 20 mil quilômetros.


Em janeiro de 1994, descargas de eletricidade estática provocaram uma pane de cinco meses no satélite de telecomunicações canadense Anik-E2, uma falha que custou US$ 50 milhões.


Em abril de 2010, a Intelsat perdeu o Galaxy 15, usado no serviço de comunicações na América do Norte, depois que o link com o controle de solo foi cortado, aparentemente devido à atividade solar.


"Estas são falhas totais nas quais todos nós pensamos", disse Philippe Calvel, engenheiro da empresa francesa Thales. "Ambas foram causadas por CMEs", emendou.


Em 2005, raios-X de uma tempestade solar cortaram a comunicação entre o satélite e o solo e os sinais de GPS por cerca de dez minutos.


Para dar conta da fúria solar, projetistas de satélites escolhem componentes robustos, testados e experimentados, bem como proteção para o equipamento, mesmo que isto o deixe mais pesado e volumoso, e portanto mais caro de se lançar, disse Thierry Duhamel, da fabricante de satélites Astrium.


Outra precaução é a redundância, isto é, ter sistemas de backup para casos de mau funcionamento.


Na Terra, linhas de transmissão, conexões de dados e até mesmo oleodutos e gasodutos são potencialmente vulneráveis.


Um alerta remoto de risco remonta a 1859, quando a maior CME já observada ocasionou auroras avermelhadas, roxas e verdes mesmo em latitudes tropicais. A então recém-desenvolvida tecnologia do telégrafo enlouqueceu. Correntes induzidas geomagneticamente nos cabos deram choques em operações de telégrafos chegaram a incendiar os telegramas.


Em 1989, um fenômeno bem mais sutil cortou a energia do gerador da canadense Hydro Quebec, provocando um blecaute de nove horas que afetou seis milhões de pessoas.


"Há muito o que desconhecemos sobre o Sol. Mesmo no suposto declínio ou fase de calmaria, podemos ter campos magnéticos que são muito concentrados e energizados por um tempo, e podemos ter atividade eruptiva atípica. Para resumir, temos uma estrela variável", concluiu Kunches.

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