13/03/2011

10- As Desconstruções


Quando comecei a psicografar isso lá vai uns vinte e oito anos, mudou muito a nossa forma de receber as mensagens. Hoje ficou muito claro para nós que fomos vencendo etapas a medida que íamos aprendendo outras.
O conhecimento das vibrações e energias, o treinamento com o lápis para escrever, as excursões no umbral e colônias espirituais. As idas na Via Atemporal e lembranças de outras vidas. As quedas e erros por não ver de fato as verdadeiras intenções de encarnados. O labirinto psicológico e os demônios dele, a máscara do ego e seus artifícios para fazer-me não ver. A solidão mesmo rodeada de gente, a falta de esperança e tristeza sem fim.

Uma hora paramos e perguntamos o por que estamos aqui? Qual o sentido da vida? Quantas vezes parei olhando as pessoas ir e vir, os carros, e os olhos encherem de lágrimas por não ver sentido. Era o começo das mudanças. A semente seca para nascer, é preciso arrebentar as cascas que protege seu cerne, romper seus limites indo de encontro ao desconhecido para ir de encontro ao seu novo estado.
Tenho certeza que muitos de vocês estão passando por essa etapa, de busca, de aperto no coração, de sentir falta de algo mais, de sentir no peito e no olhar um vazio imenso e uma saudade não menor. Quantas vezes senti as lágrimas escorrerem pelo rosto sem porque aparente. E eu orava pedindo a Deus que tudo fosse simples para mim, que eu queria ser feliz como a vizinha que todos os domingos pegava a sua bíblia e colocava o melhor vestido e ia para igreja. Queria voltar a ser espírita e sentar na mesa mediúnica e tratar com espíritos sofredores ou mensagens de animo dos guias espirituais. Se nada disso fosse possível mais para mim, que eu fosse para a vida, curtir com passeios ao shopping, uma cerveja a tardinha no barzinho aconchegante. E rir muito de tudo como estes que via nos bares, deixando a vida os levar.
Enquanto tudo isso se passava às mudanças em meu interior detonava tudo dentro de mim. As construções dos meus Eu´s iam e continuam indo por terra, à medida que eles caem tentam se refazer na mesma velocidade.
Hoje posso sair e olhar de fora o que ocorre, ainda é espantoso, mas é algo indescritível você ver você mesmo em processo de lapidação.

Não compreendo que neste estagio de energia ainda há os que se apegam a nomes, e rituais. Passei vivenciando por dezenas de séculos presa a rituais, a nomes, ao personalismo, e tudo isso estava sendo derrubado. Não era mais preciso os títulos das faculdades, nem os nomes de vultos desencarnados para eu continuar a nossa caminhada, era hora de somar a eles, como irmãos que caminham juntos. Quando as vozes calaram fora, foi porque não éramos mais individualidades e sim um Corpo Único! Não era a estrela central ou maior dessa constelação, mas eu fazia parte dela assim como outros. Era assim que Eles viam, era assim que eu comecei a ver após então. Não era preciso mais recorrer a nenhuma personalidade para se fazer através da minha (aqui não dá para usar o nossa -risos).
Enquanto via outros empunharem em bandeiras do personalismo nomes ilustres e conhecidos no corpo das mensagens, por nós os Seres se calavam. Não por terem se afastado ou silenciado, mas porque estavam na mesma sintonia.
Isso iria dar problemas, pensei. Aqui o ser é muito importante, - sabe quem eu sou? Sou fulano de tal. Risos.- Sabe quem eu sou? Eu sou, eu sou, eu sou...
Somos filhos de Deus! E isso é muito importante.
Mas continuando, então foi preciso derrubar todas as construções que outros fizeram de mim, e não seria difícil tal a nossa (minha) imperfeição.
O Ancorando A Luz veio a nós dentro desse processo, não era apenas eles que deviam passar os escritos, eu precisava ser mais que passiva, coadjuvante. Precisava passar o que acontecia, enquanto as construções interiores e exteriores caiam, enquanto uma só Vontade se formava, enquanto novos rumos direcionavam o nosso caminhar.
Alguns já perceberam as mudanças e as desconstruções, e estão buscando entender o que acontece dentro deles.
Peço então que parem  observem, escutem. Tudo acontece no silêncio, quando a mente cala o Cosmo canta dentro de nós, ele fala a nós. Podemos perceber no adiantado do tempo tudo em nós se expandindo, assim como o universo. É maravilhoso essa integração com o Todo, sinta a vibração. Tudo inspira harmonia e serenidade.

- Onde está  Mestre?
- Aqui. – Respondeu ele.
- Mestre, como não o vi se estava aqui?
- Não viu porque sempre me busca longe.
            Ajeitei mais uma vez os cabelos saindo de frente ao espelho, antes ainda sorri para o mestre observador, o Mestre está onde estiver a nossa Consciência.
           


Nenhum comentário:

Postar um comentário